A Doença de Hashimoto, também conhecida como Tireoidite de Hashimoto, é uma das condições autoimunes mais comuns que afetam a tireoide, uma pequena glândula localizada no pescoço. Essa doença provoca uma inflamação crônica que acaba comprometendo a capacidade da tireoide de produzir hormônios essenciais ao funcionamento do corpo. Se não tratada, a Hashimoto pode levar ao hipotireoidismo, uma condição em que a tireoide não produz hormônios suficientes, resultando em uma série de problemas de saúde. Vamos explorar em detalhes tudo sobre Hashimoto, suas causas, sintomas, diagnóstico e tratamentos, além de estratégias naturais para melhorar a saúde da tireoide.
Hakaru Hashimoto
A Doença de Hashimoto foi descrita pela primeira vez em 1912 pelo médico japonês Hakaru Hashimoto, um cirurgião e patologista. Ele publicou um estudo detalhado sobre quatro pacientes que apresentavam uma forma crônica de inflamação na glândula tireoide, o que ele chamou de “struma linfomatosa” (bócio linfocitário). Seu trabalho foi inicialmente publicado em alemão no periódico médico Archiv für Klinische Chirurgie.
Hakaru Hashimoto observou que, nesses casos, a glândula tireoide estava infiltrada por grandes quantidades de linfócitos, células do sistema imunológico, algo incomum para a época. Essa infiltração crônica de células imunológicas causava inflamação e, eventualmente, danos ao tecido da tireoide, o que explicava a disfunção tireoidiana nos pacientes.
Embora o estudo de Hashimoto não tenha recebido muita atenção inicialmente, com o tempo, mais casos foram documentados e sua contribuição se tornou reconhecida globalmente. A condição foi, então, nomeada em sua homenagem como Doença de Hashimoto ou Tireoidite de Hashimoto, reconhecida como uma das principais causas de hipotireoidismo.
Hoje, a Hashimoto é uma das mais comuns doenças autoimunes, especialmente entre as mulheres, afetando milhões de pessoas ao redor do mundo.
O que é a Doença de Hashimoto?
A Hashimoto é uma doença autoimune onde o sistema imunológico do corpo ataca erroneamente as células da tireoide, reconhecendo-as como corpos estranhos. Com o tempo, essa agressão contínua causa inflamação e destruição progressiva do tecido tireoidiano, levando à diminuição da produção de hormônios tireoidianos, essenciais para a regulação do metabolismo, temperatura corporal, humor e outras funções vitais do organismo.
Causas da Hashimoto
As causas exatas da Hashimoto ainda não são totalmente compreendidas, mas acredita-se que sejam uma combinação de fatores genéticos, ambientais e imunológicos. Entre os principais fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da Hashimoto estão:
Predisposição Genética: Indivíduos com histórico familiar de doenças autoimunes, incluindo doenças da tireoide, estão em maior risco.
Disfunção Imunológica: O sistema imunológico de pessoas com Hashimoto começa a atacar a tireoide, interpretando erroneamente as células tireoidianas como ameaças.
Fatores Ambientais: Estresse, infecções virais, consumo excessivo de iodo ou radiação podem desencadear a condição.
Sexo e Idade: Mulheres, especialmente na faixa dos 30 a 50 anos, são mais propensas a desenvolver Hashimoto.
Deficiências Nutricionais: Baixos níveis de selênio e vitamina D estão associados a uma maior incidência de Hashimoto.
Excesso de Iodo: Em algumas situações, o consumo excessivo de iodo pode desencadear problemas autoimunes na tireoide.
Sintomas da Hashimoto
Os sintomas da Hashimoto tendem a ser vagos e a progredir lentamente ao longo do tempo. À medida que a tireoide é destruída, o corpo começa a sentir os efeitos da deficiência de hormônios tireoidianos, levando a sintomas de hipotireoidismo. Alguns dos principais sinais e sintomas incluem:
Fadiga extrema: Sensação constante de cansaço e falta de energia.
Ganho de peso inexplicável: Mesmo sem mudanças na dieta ou no nível de atividade física.
Sensibilidade ao frio: Incapacidade de tolerar temperaturas frias.
Depressão e alterações de humor: Tristeza, ansiedade e até mesmo sintomas de depressão.
Queda de cabelo e pele seca: Alterações na pele e cabelo devido ao metabolismo lento.
Constipação: O sistema digestivo desacelera.
Problemas menstruais: Menstruações irregulares ou intensas nas mulheres.
Dores musculares e articulares: Dor generalizada no corpo.
Como é feito o Diagnóstico de Hashimoto?
O diagnóstico da Hashimoto envolve uma combinação de exames laboratoriais e, em alguns casos, exames de imagem. Os principais exames solicitados incluem:
Exame de TSH (Hormônio Estimulante da Tireoide): O TSH é produzido pela hipófise e estimula a tireoide a produzir hormônios. Em casos de Hashimoto, o nível de TSH geralmente está elevado, pois o corpo tenta compensar a falta de hormônios tireoidianos.
T4 Livre: Mede os níveis de tiroxina no sangue. Níveis baixos indicam que a tireoide não está funcionando adequadamente.
Anticorpos Anti-TPO (Anticorpos Antiperoxidase Tireoideana): Este é um dos exames mais importantes para o diagnóstico de Hashimoto. Altos níveis de anti-TPO indicam que o sistema imunológico está atacando a tireoide.
Anticorpos Anti-Tireoglobulina: Outro marcador autoimune que pode estar elevado em pessoas com Hashimoto.
Ultrassonografia da Tireoide: Pode ser solicitada para verificar o tamanho e a textura da tireoide, identificando inflamação ou nódulos.
Tratamento da Doença de Hashimoto
Embora a Doença de Hashimoto não tenha cura, o tratamento visa controlar os sintomas e restaurar os níveis hormonais normais. O principal tratamento é a reposição de hormônios tireoidianos por meio de medicamentos como a levotiroxina. Esse hormônio sintético substitui o hormônio T4 que a tireoide não está produzindo adequadamente.
Passos no Tratamento:
Reposição hormonal: A levotiroxina é administrada para repor os níveis baixos de hormônios tireoidianos, ajudando a normalizar o metabolismo.
Acompanhamento médico regular: É necessário fazer exames periódicos para ajustar a dosagem de levotiroxina, pois os níveis hormonais podem flutuar ao longo do tempo.
Mudanças no estilo de vida: Dieta equilibrada e controle de fatores estressores são importantes para a saúde da tireoide.
Estratégias Naturais e Dieta para Hashimoto
Além do tratamento medicamentoso, algumas estratégias naturais podem ajudar a melhorar a função da tireoide e reduzir a inflamação:
Alimentos ricos em selênio: O selênio é um mineral essencial para a saúde da tireoide. Ele pode ser encontrado em castanha-do-pará, sementes de girassol e peixes.
Vitamina D: Suplementação de vitamina D pode ajudar a regular o sistema imunológico. Exponha-se ao sol ou consuma alimentos como peixes gordurosos e ovos.
Dieta sem glúten: Alguns estudos sugerem que pessoas com Hashimoto podem se beneficiar de uma dieta livre de glúten, especialmente se houver sensibilidade ao glúten ou doença celíaca.
Evitar alimentos ricos em iodo: Excesso de iodo pode piorar os sintomas de Hashimoto, portanto, é importante monitorar a ingestão.
Complicações da Doença de Hashimoto
Se não for tratada adequadamente, a Doença de Hashimoto pode levar a complicações graves, incluindo:
Bócio: A inflamação crônica da tireoide pode causar o aumento da glândula, formando um bócio.
Doenças cardíacas: O hipotireoidismo não tratado pode aumentar os níveis de colesterol LDL (ruim), levando a problemas cardíacos.
Mixedema: Uma forma grave de hipotireoidismo que pode causar inchaço, confusão mental e até coma, se não for tratada.
A Doença de Hashimoto é uma condição autoimune que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Embora não tenha cura, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem ajudar a controlar os sintomas e prevenir complicações. Manter uma alimentação saudável, fazer exames regulares e seguir o tratamento prescrito são essenciais para quem convive com essa condição.
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